segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Quilombo Campo Grande (MST) em Campo do Meio, sul de MG: Despejo, não. 1...







Quilombo
Campo Grande (MST) em Campo do Meio, sul de MG: Terra pra quem nela trabalha.
Despejo, não. 1ª Parte. 07/11/2018.

Cerca de 500 famílias do
Quilombo Campo Grande, constituído de 11 Acampamentos do MST, em Campo do Meio,
sul do estado de Minas Gerais, há 20 anos ocupando, trabalhando e produzindo a
terra, estão sob ameaça de despejo iminente, depois de decisão judicial
favorável à reintegração de posse, em audiência realizada no Fórum de Campos
Gerais, MG, no dia 07/12/2018. Um desfecho inaceitável para um dos conflitos
agrários mais antigos do país. As 500 famílias dos 11 Acampamentos tiveram do
atual governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, a promessa de tornar o
Quilombo um assentamento, mas foram surpreendidas por essa nova ameaça de
despejo. O Governador Pimentel assinou decreto desapropriando por interesse
social os 3.900 hectares do latifúndio da ex-usina Ariadnópolis visando
assentar as 500 famílias que há 20 anos ocupam o mega latifúndio da
Ariadnópolis, mas o poder judiciário impugnou o decreto e, pior, levantou
Liminar de Reintegração de posse, uma injustiça que clama aos céus. As 500
famílias do Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio, sul de MG, já contam com
infraestrutura de energia elétrica, casas de alvenaria e produzem uma grande
diversidade de produção agroecológica, como café, muitas variedades de milho,
feijão, hortaliças, frutas, sementes orgânicas, gado, galinhas, porcos, além de
remédios naturais, produzidos com plantas medicinais por eles/elas cultivadas.
A safra anual do café Guaií, cuja marca é conhecida em todo o Brasil e também
no exterior, chegou a 510 toneladas por ano. Essas 500 famílias geram, com seu
trabalho, soberania alimentar, não apenas para quem produz e vive na terra, mas
também para milhares de pessoas do município de Campo do Meio e da região, que
passaram a ter acesso a um alimento saudável, sem veneno e de qualidade. Os 11
acampamentos também geram distribuição de renda. A terra traz dignidade para
cerca de 500 famílias, mais de 2.000 pessoas. É injusta, imoral, extremamente
desumana e inaceitável essa decisão judicial que ignora toda uma história de
luta pela terra, de resistência, de trabalho, de construção de cidadania e
dignidade para atender interesses de grandes fazendeiros, políticos e empresas
do agronegócio da região. As 500 famílias vivem na área da falida usina
Ariadnópolis, da Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (CAPIA), que encerrou
suas atividades em 1996, embora ainda possua dívidas trabalhistas que
ultrapassam R$ 300 milhões de reais. Nesse vídeo, a primeira parte de registro
feito com depoimentos de Sem Terra e apoiadores em mobilização à porta do Fórum
da Comarca de Campos Gerais, onde foi realizada a audiência em que foi
confirmada a ação de reintegração de posse, no dia 07 de novembro de 2018.
*Reportagem em vídeo de frei
Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora
da CPT-MG. Campos Gerais, 07/11/2018.
* Inscreva-se no You Tube,
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